quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

#342

Em certos momentos, pergunto-me por que não tenho animais normais. Há dias em que desespero. Antes, quando morava em casa dos meus pais, tinha uma gatinha que eu adorava. Super fofa, meiga e amiguinha, não estragava nada. Entretanto morreu de velhinha e a casa toda ficou de luto mais de uma semana.
Tinha também uma cadela muito querida e que se portava muito bem. Só não tolera muito bem pessoas de fora, mas é apenas até se habituar. Ela ainda mora com os meus pais.
Os animais da minha casa são todos freaks.
A minha cadela é tola. O passatempo preferido dela é lamber humanos para sempre, não se cansa nunca. Também se atira às pessoas com toda a força que tem, e, dado que ela não é nada pequena, é um bocado chato, porque muitas vezes magoa as pessoas, e por mais que leve não perde este vício.
Já estragou dezenas de tapetes, de sapatos, de roupa que apanhava da corda ou que tirava da roupa que saía da máquina de lavar; está um pouco melhor agora, mas também estamos mais cuidadosos. Gosta também de ferrar as pessoas assim com os dentinhos da frente só, na brincadeira, mas quando apanha carne também magoa. Para além disso, é burra (ou muito teimosa, é uma possibilidade). Não aprende nada, nem que lhe ensinemos nem que ela própria perceba. Há dois anos que a temos e ainda não sabe abrir portas com as patas.
A minha gata é praticamente uma gata de rua silvestre. Quando a recolhemos e vinha no carro era super querida, mas mal chegou a casa tansformou-se. Acho que foi por termos um gato em casa. Ela provavelmente seria feliz como gata única. Não lhe podemos tocar, arranha-nos e ferra-nos se lhe tentarmos fazer festas, mas mesmo para magoar, ela não brinca. Eventualmente pode ter sido mal tratada quando estava na rua por alguém. Gosta de vir para o nosso colo ou dormir perto/em cima de nós mas apenas quando lhe apetece e não lhe podemos tocar na mesma, é só para usufruir do nosso calor. Já atacou a minha mãe gravemente 3 vezes. Mas como tudo se paga, está agora com uma depressão e falta-lhe cerca de 50% do pêlo, que ela arrancou. Está a ficar um pouco melhor com o tempo, mas em 4 anos pensei que a evolução fosse maior. Podia tê-la devolvido quando percebi que ela era assim, mas senti que ela já era minha responsabilidade desde que chegou a minha casa, para o bem ou para o mal. As pessoas também não devolvem os filhos, não é? Até porque sendo ela assim, acredito que niguém quisesse ficar com ela e teria sido devolvida à rua, entregue no canil ou ia viver a vida toda numa jaula numa associação que a acolhesse.
O meu gato é o animal mais próximo do normal que temos. É um gatinho fofinho, gosta de mimos e colo e dormir connosco, é sociável com as pessoas de fora, mas não gosta da minha gata. Não sei bem se não gosta ou se é só invejoso, mas está constantemente a atacá-la. Atacar a sério, com os dois a rebolarem pelo chão com miares de dor. Sinto que é mais forte do que ele. Ele olha para ela e não se consegue controlar. Para além disso, também não nos deixa cortar-lhe as unhas, dar-lhe banho ou mexer nas patas de trás ou barriga. Mas pronto, isto eu compreendo, muitos gatos não gostam.
Como dizia, há dias em que estou no meio desta loucura, com a Maia a saltar em cima de nós feita tola e a Mimi e o Marco pegados à porrada, e apetece-me chorar de desespero. Por que não posso ter animais normais? Ou pelo menos um, só um normal. Ou dois. Tinham de ser os três tolos. Mas são momentos que passam rápido. São eles que enchem a casa de alegria e adoro-os imensamente, mesmo na sua tolice, e não os trocava por outros.

2 comentários:

Cynthia disse...

Que loucura :x por essas e por outras que não tenho animais :P

Maat disse...

não! é uma loucura, mas uma loucura boa :)