sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Parvoíces e similares

Tem sido uma semana difícil, tanto em termos de trabalho como em termos de situações que me irritam, por isso nem tenho tido muito tempo nem motivação para vir aqui escrever.
Hoje já estou um bocadinho mais à vontade em termos de tempo e vou aproveitar para deixar aqui uma série de queixas e de parvoíces que tenho vindo a pensar e que preciso deitar para fora, para poder avançar bem disposta para o fim de semana.


-vou começar pelo início, ainda o assunto incêndios que agora já acalmou. Li um post de alguém no twitter que dizia que deixaram um bilhete nos bombeiros de qualquer localidade que agora não recordo e que dizia ‘gostaram? A próxima é a serra’. Não sei se é verdade ou não, prefiro nem investigar o assunto, mas comecei a sonhar com snipers escondidos em sítios, a controlar os matos com binóculos e aqueles aparelhos de detecção do calor e que quando um incendiário ia atear um fogo, no momento exactamente antes de acender o isqueiro ou o que quer se seja que usam para começar o fogo, levam um tiro certeiro na cabeça e morrem. A parte melhor vem agora: isto não aparecia nas notícias nunca, que era para os outros incendiários pensarem que estavam seguros e continuarem todos a atear incêndios, até terem morrido todos e não sobrar nem um para contar a história. Eu sei, tenho uma imaginação muito fértil.


-se aquela teoria de haver uma rede terrorista é mesmo verdade, então tenho de lhes dar os parabéns, porque são mesmo espertos. Fizeram a escolha acertada do país. Se tivessem ido para qualquer outro país, os incêndios eram combatidos com melhores meios e dificilmente chegavam ao ponto que chegou aqui, as autoridades investigavam, os autores eram presos e nao iam longe. Vieram para um país onde se apaga o fogo como se pode, e onde nem podemos contar com os bombeiros, nas palavras de um idiota qualquer, onde não se investiga nada, onde mesmo que se apanhe algum incendiário por alguma razão do destino não lhe vai acontecer nada, vai para casa com termos de identidade e residência. Por isso, acho que só temos de ficar contentes por termos pessoas espertas no país, ainda que usem a esperteza para o mal.


-e para terminar isto dos incêndios, também li uma notícia que dizia que o Estado ajuda à Europa e que ninguém respondeu. Pudera, eu fazia o mesmo. Um amigo pede-vos o carro emprestado porque o dele está avariado. Vocês emprestam. Na semana seguinte, volta a pedir e vocês emprestam. Até que percebem que ele vos pede o carro todos os dias porque só não quer arranjar o dele e gastar dinheiro. Vocês aí deixam de emprestar, não é?


-leitores do Porto, alguém sabe qual é a situação do trânsito? A situação que de cerca de há 2 ou 3 semanas para cá se tornou impossível andar de carro no Porto, de manhã e ao final do dia. Sempre houve trânsito sim, mas havia horas piores e horas melhores. Agora se sair às 7h30 de casa está tudo parado. Às 8h igual, às 8h30, às 9h, às 9h30 igual e por aí fora. Nunca demoro menos de 45 minutos a chegar ao trabalho de manhã quando antes demorava cerca de 25 min. À tarde é o caos total, em todo o lado, tenho demorado 1h, em dias piores 1h15, quando antes fazia o percuso em meia hora. Não acredito na teoria da chuva porque isto acontece mesmo em dias sem ela. Ando a ficar tola com isto mas também não encontro alternativa que não seja alugar uma casa em frente ao trabalho ou comprar uma mota.


-para terminar a lista de queixas, e aquela notícia do dinheiro que foi angariado pela CGD para as vítimas de Pedrogão Grande que agora parte dele (500 mil em 2,6 milhões) vão ser doados aos hospitais para comprar equipamento? Eu não sei vocês, mas SE eu tivesse dado queria que o meu dinheiro fosse mesmo para as vítimas do fogo, que ficaram sem nada, e não para o SNS que deve ser gerido pelo Estado, apesar de estarem a tratar as vítimas dos incêndios. Eu disse SE porque eu não doei nada. Já fui essa pessoa, quase todos os meses dava um donativo para alguma coisa, mas hoje em dia não dou dinheiro nenhum para caridade a instituições. Eu sei que estou errada, que algumas fazem de facto alguma coisa e se ninguém der, o que será das pessoas que são ajudadas por elas? Mas já soube de vigarices tantas vezes que estou completamente descrente. Sou capaz de dar uma moeda a um sem abrigo que está a pedir na rua. Compro a CAIS sempre que vejo à venda. Se conhecesse algum daqueles grupos que foram a Pedrogão nos seus carros distribuir coisas pessoalmente daria também. Agora dar o meu dinheiro a organismos que vão distribuir o dinheiro como bem entenderem, ou então nem sequer o vão distribuir, como esse dinheiro todo que se angariou em concertos e em chamadas telefónicas e que agora grande parte dele nem se sabe onde está? O que é isso? É tipo aquela história do Continente, por exemplo, que nos pede para arredondarmos a conta para as vítimas não sei do quê. As pessoas dão e eles depois dão o dinheiro das pessoas e provavelmente ainda conseguem deduzir o donativo no IRC (estou a espcular, mas até pode ser possível). Se eles querem mesmo ajudar que dêem o seu próprio dinheiro. Eu sei que sou muito radical nisto agora mas não consigo mais acreditar em nada.


- agora uma coisa mais positiva e bem mais divertida: vai haver uma feira alternativa no Porto, com workshops, produtos à venda, palestras, etc, e eu quero ir por isso sigo o evento no facebook. Então eu via lá posts sobre sessões Braco e ficava intrigada porque não sabia o que era isso. Imaginava algo tipo ler as mãos, ou as runas, horóscopos, ou uma cena do género. Acabei por ir procurar na internet e não vão acreditar nisto, eu fiquei completamente embasbacada: Braco é um senhor que faz sessões para olhar para as pessoas. What? Sim, supostamente as pessoas ‘olham’ para ele e ficam curadas. Ele está numa sala parado, só assim lá, sem falar, sem se mexer, sem fazer nada, só ali parado na sua vida a olhar para as pessoas e as pessoas curam doenças, cancros, mudam a sua vida instantaneamente, tornam-se melhores pessoas naquele momento, sentem uma revelação. Eu nem queria acreditar que isto é real, mas é. E pelos vistos há milhares de pessoas que acreditam nisso. Eu estava de boa aberta a ler tudo isso na internet, intercalado com ataques de riso. Melhor cena da semana.

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